Mineirinho e Alejo entre os 12 melhores do Quiksilver
Dois brasileiros estão entre os doze melhores do Quiksilver Pro na Austrália. Adriano de Souza já fez final na Gold Coast dois anos atrás e achou os tubos em Snapper Rocks para derrotar Daniel Ross. Já Alejo Muniz foi a grande surpresa ao despachar outro australiano, um dos tops do ASP Tour em 2010, Owen Wright.
A segunda-feira apresentou as melhores ondas da etapa que abre a corrida pelo título mundial da temporada. O swell mudou para leste durante a noite, o dia amanheceu com mar mexido ainda pela força do vento sul, que foi diminuindo e as ondas melhorando bastante a formação quando a maré começou a secar em Snapper Rocks.
O Brasil não foi bem nas condições mais difíceis da manhã. O Roxy Pro abriu a segunda-feira e Jacqueline Silva não achou as ondas contra a havaiana Coco Ho. A peruana Sofia Mulanovich tinha acabado de ser eliminada também em nono lugar contra outra surfista da nova geração, Laura Enever, da Austrália. Agora só Silvana Lima defende a América do Sul no feminino. Ela vai disputar a primeira quarta de final com a australiana Tyler Wright.
Depois da segunda repescagem feminina, foi iniciada a terceira fase do Quiksilver Pro e dois cabeças de chave foram barrados nas primeiras baterias. O bicampeão mundial Mick Fanning caiu por menos de um ponto para o havaiano Dusty Payne e o português Tiago Pires não deu chances para o potiguar Jadson André. Com uma escolha impecável das melhores ondas, ganhou o duelo luso-brasileiro por 12,84 x 8,70 pontos.
Depois de duas baterias, outro cabeça de chave eliminado foi o cearense Heitor Alves. Ele até começou bem contra Matt Wilkinson, mas o australiano achou uma direita da série e detonou uma sequência de oito manobras explosivas com grande velocidade e fluidez, variando rasgadas invertendo a direção da prancha com floater e batidas de backside jogando a rabeta. Os juízes deram nota 9,27 e a vitória foi confirmada por 16,60 x 11,93 pontos. Depois, Wilkinson arriscou um aéreo “rodeo flip” incrível que não conseguiu completar, mas arrancou aplausos de toda a praia, inclusive de Kelly Slater.
O dez vezes campeão mundial entrou na bateria seguinte e liquidou o convidado Matt Banting com duas notas na casa dos sete pontos nas primeiras ondas que pegou em Snapper Rocks. Slater surfou o primeiro tubo do dia, mas o melhor foi o do sul-africano Jordy Smith, que ainda emendou uma série de manobras para ganhar nota 9 dos juízes. Somou essa com uma 8,17 para totalizar o maior placar do Quiksilver Pro 2011 contra Cory Lopez, 17,17 pontos de 20 possíveis. Era a melhor hora do mar na segunda-feira e na disputa seguinte o americano Brett Simpson aumentou o recorde de nota para 9,43.
VITÓRIAS BRASILEIRAS – Em seguida, Adriano de Souza disputou uma verdadeira “bateria de tubos” contra Daniel Ross. O australiano já começou com um que valeu nota 6,33. O brasileiro pega um parecido, mas faz mais manobras e recebe 6,47. Logo Mineirinho escolhe surfar uma onda intermediária, já entra entocado num tubinho, a onda armou e ele foi desferindo batidas e rasgadas para assumir a ponta com nota 5,53. Não demora e o brasileiro acha uma direita da série, o tubo é maior e mais longo, de novo foi variando bastante as manobras até finalizar com um aéreo rodando. A nota 7,07 praticamente confirmou a primeira vitória verde-amarela da segunda-feira em Snapper Rocks por 13,54 x 11,16 pontos.
“Achei acertada a decisão de começar com o feminino, porque só agora na maré mais seca o mar melhorou, o vento diminuiu e as condições ficaram boas pra competir”, disse Adriano de Souza. “Foi uma bateria super apertada, difícil, mas consegui achar boas ondas, quase todas comecei com um tubo e procurei variar as manobras, buscando aproveitar bem as ondas. Estou feliz por ter passado para a próxima fase e agora é torcer para que o Alejo Muniz também consiga”.
E o catarinense já estava na água com uma das maiores apostas de título mundial da Austrália, Owen Wright. Ele até começou um pouco melhor com duas batidas fortes de backside que valeram nota 5,67, contra 5,33 da primeira onda de Alejo Muniz. Mas, o estreante do Brasil na elite mundial da ASP pegou uma onda muito boa para mostrar todo o seu surfe. Atacou o lip com batidas e rasgadas, variando cutbacks desgarrando a rabeta com longos roundhouses e fechando com aéreo sua melhor apresentação na Gold Coast. Owen Wright ainda tentou reverter o resultado, mas a nota 7,93 que o Alejo ganhou nessa onda sacramentou sua passagem para a rodada dos 12 melhores do Quiksilver Pro.
DUAS CHANCES – Essa próxima fase não é eliminatória e todos têm duas chances de classificação para as quartas de final. São três competidores em cada uma das quatro baterias. Os vencedores seguem direto e os perdedores têm uma última repescagem para continuarem na briga do título. Ainda bem porque os brasileiros terão duros desafios pela frente. Adriano de Souza pega os novos recordistas do Quiksilver Pro 2011, Jordy Smith e Brett Simpson. E Alejo Muniz vai encarar os dois últimos campeões na Gold Coast, Taj Burrow e Joel Parkinson.
A etapa de abertura do ASP World Title Race 2011 tem prazo até quarta-feira para ser encerrada e continua nesta terça-feira na Austrália. Já está definido que começa as 7:30 horas, mas a categoria só será anunciada depois da comissão técnica analisar as condições do mar. Se for pelas quartas de final do Roxy Pro, a primeira bateria do dia será a da brasileira Silvana Lima com a australiana Tyler Wright. O evento está sendo transmitido ao vivo pelo www.quiksilverpro.com
QUARTA FASE DO QUIKSILVER PRO – 1.o=Quartas de final / 2.o e 3.o=Repescagem:
1.a: Adrian Buchan (AUS), Tiago Pires (PRT), Dusty Payne (HAV)
2.a: Kelly Slater (EUA), Michel Bourez (TAH), Matt Wilkinson (AUS)
3.a: Jordy Smith (AFR), Adriano de Souza (BRA), Brett Simpson (EUA)
4.a: Taj Burrow (AUS), Joel Parkinson (AUS), Alejo Muniz (BRA)
TERCEIRA FASE – 13.o lugar – US$ 8.500 e 1.750 pontos:
1.a: Dusty Payne (HAV) 11.77 x 11.00 Mick Fanning (AUS)
2.a: Tiago Pires (PRT) 12.84 x 8.70 Jadson André (BRA)
3.a: Adrian Buchan (AUS) 13.17 x 11.27 Josh Kerr (AUS)
4.a: Michel Bourez (TAH) 15.60 x 6.76 Adam Melling (AUS)
5.a: Matt Wilkinson (AUS) 16.60 x 11.93 Heitor Alves (BRA)
6.a: Kelly Slater (EUA) 14.93 x 9.87 Matt Banting (AUS)
7.a: Jordy Smith (AFR) 17.17 x 10.77 Cory Lopez (EUA)
8.a: Brett Simpson (EUA) 14.60 x 10.67 Fredrick Patacchia (HAV)
9.a: Adriano de Souza (BRA) 13.54 x 11.16 Daniel Ross (AUS)
10: Alejo Muniz (BRA) 13.26 x 11.44 Owen Wright (AUS)
11: Joel Parkinson (AUS) 14.14 x 7.17 Kai Otton (AUS)
12: Taj Burrow (AUS) 15.27 x 13.94 Julian Wilson (AUS)
QUARTAS DE FINAL DO ROXY PRO – 5.o lugar – US$ 6.000 e 5.200 pontos:
1.a: Silvana Lima (BRA) x Tyler Wright (AUS)
2.a: Stephanie Gilmore (AUS) x Laura Enever (AUS)
3.a: Sally Fitzgibbons (AUS) x Coco Ho (HAV)
4.a: Chelsea Hedges (AUS) x Carissa Moore (HAV)
QUARTA FASE – SEGUNDA REPESCAGEM – 9.o lugar – US$ 5.000 e 4.000 pontos:
1.a: Tyler Wright (AUS) 16.67 x 11.50 Pauline Ado (FRA)
2.a: Laura Enever (AUS) 13.10 x 10.83 Sofia Mulanovich (PER)
3.a: Coco Ho (HAV) 15.46 x 5.70 Jacqueline Silva (BRA)
4.a: Carissa Moore (HAV) x Courtney Conlogue (EUA)
João Carvalho- Assessoria de Imprensa da ASP South America - joao@aspsouthamerica.com.br
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