terça-feira, 18 de setembro de 2012

Hurley Pro


Hurley Pro
Dia de reação

Heitor Alves consegue virada emocionante em Lower Trestles, Califórnia (EUA). Foto: Marcio Canavarro.
Alejo Muniz vence Fred Patacchia em bateria de alto nível. Foto: © ASP / Kirstin.
Os brasileiros Heitor Alves e Alejo Muniz tiveram muito trabalho nesta segunda-feira, mas conseguiram sobreviver às batalhas na repescagem do Hurley Pro, sexta etapa do WCT 2012.


Em boas ondas de meio metro e séries maiores, a dupla fez bonito em Lower Trestles, Califórnia (EUA), e juntou-se a Adriano de Souza e Gabriel Medina na terceira fase.

As baixas do dia foram o potiguar Jadson André e o paulista Miguel Pupo. Jadson perdeu em duelo polêmico contra o australiano Julian Wilson, enquanto Miguel caiu nas melhores ondas e acabou surpreendido pelo sul-africano Travis Logie.

O potiguar foi o primeiro brasileiro a entrar na água nesta segunda-feira. Ele saiu atrás no placar depois de ver Julian Wilson arrancar 8.00 pontos dos juízes, mas conseguiu a virada com 7.60 e 6.67 quando faltavam pouco menos de cinco minutos para o término.

Na melhor onda, o brasileiro mandou duas manobras passando e acertou um aéreo rodando muito alto na junção.

Em seguida, desferiu uma forte batida e explodiu a junção com um belíssimo layback.

Precisando de 6.27, Julian conseguiu a virada nos segundos finais, quando foi avaliado em 6.63 pelos juízes depois de acertar dois cutbacks e um aéreo na junção.

A virada foi muito questionada nas redes sociais, inclusive pelo atleta Fred Patacchia. "Alguém mais acha que Jadson deveria vencer essa bateria?", perguntou Patacchia. "Essa foi pesada", comentou Jeremy Flores, outro top.

Depois da derrota de Jadson, o Brasil voltou a entrar em cena com Heitor Alves. Aparentando muito nervosismo, o cearense cometeu vários erros e só reagiu nos minutos finais.

O duelo era dominado pelo jovem norte-americano Kolohe Andino, autor de 6.93 e 7.40. Precisando de uma nota superior a 9.00 pontos, Heitor diminuiu a diferença com 5.50 e passou a buscar 8.83.

Em situação bastante complicada, o brasileiro mostrou por que é um dos melhores surfistas do mundo. Heitor estava sem a prioridade e fingiu que não queria ir na onda. Quando notou que Kolohe não iria, rapidamente remou e foi para a direita. Um rodeo clown espetacular levou a galera ao delírio e fez o brasileiro virar com 9.00 pontos.

Kolohe ainda tentou a virada nos segundos finais, mas não conseguiu achar uma onda muito expressiva e reclamou do julgamento. Segundo o norte-americano, Heitor não foi bem durante toda a bateria, caindo bastante da prancha, e conseguiu a vitória graças a uma única manobra, apesar de muito radical.

Na nona bateria, Miguel Pupo caiu nas melhores ondas e desperdiçou uma grande oportunidade de avançar em Trestles. Zebra da bateria, o sul-africano Travis Logie - sempre muito competitivo - aproveitou os erros do adversário e surfou com muita energia para arrancar 7.50 numa direita.

Com 6.50 e 5.27 no somatório, Miguel ocupava a liderança e era muito ameaçado por Travis, que buscava apenas 4.27.

A virada veio novamente de backside, em uma onda pequena. O sul-africano mandou um floater e acertou um coice na junção para descolar 5.43 e virar o duelo.

No penúltimo confronto do dia, o catarinense Alejo Muniz travou um duelo eletrizante com o havaiano Fred Patacchia.

Fred saiu na frente com 7.67. Minutos depois, Alejo respondeu forte, com 8.50, e na mesma série o havaiano deu o troco com 6.17, mantendo-se na liderança da disputa.

Não demorou muito para Fred ampliar vantagem com 7.07 e deixar o brasileiro a 6.24 da vitória. Determinado a vencer, Alejo mandou 6.57 e jogou a pressão para cima do havaiano.

Depois de muita insistência, Alejo finalmente aumentar o placar. O brasileiro detonou uma direita para somar 7.80 e deixar o havaiano precisando de 8.63.

Na última onda da bateria, Fred acertou várias pauladas de backside, mas caiu ao tentar uma batida chutando a rabeta e perdeu a chance de vencer. O havaiano ainda chegou perto, com 8.23.

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